A legislação que substituiu o Código Florestal, a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, dispõe sobre a proteção da vegetação nativa e cria a necessidade de adequação das propriedades rurais e sua restauração. Para tanto, um dos mecanismos implementados foi o CAR (Cadastro Ambiental Rural), obrigatório para todos os imóveis rurais. Sua finalidade é integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa das propriedades e posses rurais do país. Isto permitirá identificar as áreas que requerem restaurações e adequações ambientais para se enquadrar na nova legislação. Considerando o panorama formado pela necessidade política e técnica de restauração e adequação das propriedades rurais brasileiras é que se insere a presente proposta de formação de recursos humanos para atuação nesta área de conhecimento.
A restauração florestal é, antes de tudo, uma ciência que incorpora conceitos de ecologia, silvicultura e manejo de recursos naturais, tudo contextualizado dentro de um arcabouço legal extremamente complexo. A ela se junta a adequação ambiental, que envolve a análise técnica das propriedades rurais baseada na legislação ambiental e que visa propor um conjunto de práticas e medidas que permitam o cumprimento de condições legais, sociais e ecológicas para estas áreas. Para tanto, além de conhecimentos necessários a estes temas, juntam-se também o uso de ferramentas de geoprocessamento e de monitoramento e avaliação de processos ecológicos, essenciais para a sua adequabilidade e regularização. Considerando o contexto descrito, a formação de recursos humanos na área de restauração e adequação ambiental é uma demanda não apenas do setor, mas também da sociedade brasileira consciente da situação ambiental atual marcado pela falta de água e alterações climáticas causando enchentes e secas. A recomposição da vegetação é o instrumento mais direto a ser empregado para amenizar estes impactos em médio e longo prazo, mas traz, por outro lado, a necessidade de ter pessoal capacitado para implementar as medidas técnicas, sociais, ambientais e de políticas públicas com esta finalidade. Portanto, mais uma vez, a universidade pública vem exercer seu papel na formação continuada de recursos humanos trazendo a possibilidade de acesso dos profissionais aos conhecimentos e técnicas desenvolvidas nas últimas décadas.
A demanda para a modalidade EAD surgiu com a finalidade de atendimento de inúmeros profissionais em busca de formação e educação continuada, localizados em diferentes regiões do Brasil. Verificou-se que a baixa disponibilidade de tempo para deslocamentos e outras limitações, restringem a participação de inúmeros profissionais desejosos de se atualizar e mesmo recém-formados na busca de conhecimento e atualização.